O segundo estágio da alquimia espiritual envolve dissolver as cinzas em água. A água poderia ser interpretada como um símbolo do inconsciente, que contém as partes ocultas de nós mesmos, das quais temos medo e que até agora não foram exploradas. A dissolução pode ser entendida como a fase em que nos libertamos do nosso sentido de identidade inautêntico e adquirido.
Em Química, dissolução refere-se à dissolução de material sólido, como sal dissolvido em água. Pode ser entendido em termos junguianos como a dissolução do ego. Como a fase de dissolução tem a água como símbolo, ela também está associada a emoções intensas. O estágio de dissolução envolve a saída de emoções reprimidas de eventos traumáticos que reprimimos em nossa psique. Pode ser um passo muito catártico à medida que nos libertamos de experiências dolorosas do passado.
Embora minha jornada espiritual tenha começado alguns anos atrás, por volta de 2013, e em 2018 eu tivesse uma compreensão muito boa do mundo espiritual e tocado em muitas partes da minha psique, nós temos muitas camadas, que vão se abrindo e expandindo de acordo com as experiências de vida. Então, basicamente, quanto mais permanecemos no mesmo ambiente, em nossa zona de conforto, menos somos capazes de nos aprofundar e desvendar novos territórios do nosso psiquismo.
Acabamos nos impedindo de crescer e expandir. O que quero dizer com isso é que mesmo depois de 5 anos nessa jornada de autodescoberta, eu alcancei um lugar confortável dentro de mim mesma e em minha própria cura. Sem ter um real entendimento das camadas profundas que ainda estavam escondidas em meu subconsciente.
E foi através da dor e do confronto que descobri novos níveis de entendimento.
Eu trago meus posicionamentos pessoais, pois isso é necessário para entendermos como podemos utilizar essa ferramenta para nos ajudar e apoiar enquanto navegamos essa realidade. As correlações que faço têm como objetivo mostrar que você pode fazer o mesmo. Uma vez que as energias estão sempre lá. Só precisamos decidir acessá-las e usá-las.
Mas primeiro, precisamos nos render. Render ao quê?
O ego. O controle. A identidade, As mentiras, as caixas, as construções desta realidade, a separação, as sombras. E é por isso que este processo não é para coração fraco. É verdadeiramente uma luta de guerreiros espirituais. Não é para quem busca conforto, que tem medo do escuro e acima de tudo. Para quem tem medo de se perder no processo. Porque é exatamente isso que acontece.
Perdemos a identidade que foi criada desde o nascimento, e como posso viver se não sei quem sou? Isso tudo é uma ilusão? O que é real? Onde devo me posicionar? Para onde devo ir? O que é a vida? Existe um propósito? Quem sou eu e quem é você?
- Renda-se meu eu superior disse.
- Deixe ir.
- Você tem que estar disposto a perder tudo o que você conheceu se quiser saber quem você realmente é.
- O caminho se abrirá. Não através da mente, mas através do coração.
- Você não vai entender. Mas estou aqui ao seu lado. Estou aqui para orientá-lo, se você permitir.
- Você confia em mim?
- "Sim... eu confio".
- Então feche os olhos e venha. Vou levá-lo às profundezas de sua própria psique.
E assim, mergulhei em estudos e pesquisas. Conhecimento oculto, ensinamentos esotéricos, significados espirituais, física quântica, conhecimento ancestral e qualquer outra coisa que me trouxesse informações que não são faladas em sociedade.
Meus dias eram resumidos em eu sentada no meu quarto questionando cada coisa que me foi ensinada. Criando linhas de tempo, buscando padrões, visitando o passado desde minha infância. E escrevendo tudo que lembrava. Tudo o que havia sido repremido, negado, dissociado. Shadow Work, cura da criança interior, eram meus melhores amigos.
E através desse processo, encontrei a Astrocartografia e entendi o “motivo” pelo qual escolhi Barcelona para morar.
Para quem não sabe, a Astrocartografia é uma ferramenta que nos aponta a energia que temos em cada lugar do mundo. Com base em nosso mapa natal. Eu poderia ter ido para Madri, Berlim, Paris, qualquer lugar, na verdade. Mas a minha alma me empurrou para Barcelona porque a energia de lá seria o catalisador que eu precisava para este processo alquímico espiritual.
Tenho as linhas de Quíron e Nodo Norte no meu ascendente passando lá. Chrion é o a ferida da alma. Fala de uma dor profunda que todos nós sentimos à nível de alma e que viemos aqui com o potencial de curar essa parte de nós mesmos.
E o nodo norte é o nosso propósito de evolução da alma. Nossa direção nesta vida. E eu tenho eles em conjunção no meu mapa natal. Então, isso me mostrou que, para cumprir meu propósito e acessar minha evolução de alma nesta vida, eu teria que enfrentar e curar todas as feridas e dor de Quíron.
Foi nesta fase que emergi num processo que criei para mim mesma de entendimento e liberação do ego. Navegando por 3 fases. Esse processo durou 3 anos. Um ano para cada estágio. A renúncia do ego, A morte do ego e A transcendência do ego.
E o que consistia isso? Bem, tudo relacionado à ego. Tudo externo. Me me submeti a diversas técnicas e práticas, incluindo um voto de celibato. Algo que poucas pessoas de 33 anos escolheriam fazer de forma consciente. Por no mínimo 3 anos. O tempo que esse processo duraria.
Eu estava disposta a ver quão profundo era o buraco em minha psique. E o quanto o ego estava controlando e me carregando até aquele momento. Esta segunda etapa durou alguns anos...
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